Depois do recesso e da ressaca, voltamos…
Duas semaninhas sem aparecer por aqui, vamos falar sobre a nota polêmica da Mythos, sobre a situação de Jonathan Majors pós-veredito de culpa, anúncios da Conrad para 2024, os vazamentos dos próximos jogos da Insomniac sobre o Universo Marvel, Shintaro Kago na Darkside e Hayao Miyazaki nos cinemas. Bora lá?
Fim da linha para Jonathan Majors, o Kang da Marvel?
MARVEL
Jonathan Majors foi declarado culpado em 2 das 4 acusações de agressão doméstica e assédio e pode passar até um ano atrás das grades.
Majors foi preso preventivamente em março deste ano, em Nova York, após ligar para a polícia e os serviços de urgência por supostamente ter encontrado sua namorada desacordada em casa. Na abordagem, os policiais encontraram possíveis sinais de agressão doméstica - como um dedo quebrado e lesão atrás de sua orelha - e tomaram a decisão de prendê-lo naquele momento.
Mais adiante, no julgamento, Grace Jabbari, sua então namorada e vítima, afirmou que seus ferimentos foram causados pelo ator durante uma briga no carro naquele mesmo dia - e diversos vídeos divulgados pelas autoridades atestaram a “conduta agressiva” do ator.
Majors era considerado uma estrela em ascensão, sendo protagonista da “Saga do Multiverso da Marvel” tendo atuado no filme “Homem-Formiga: Quantumania” e nas duas temporadas da série “Loki”, além de ter interpretado o antagonista em “Creed III”.
Horas após a divulgação do veredito, a demissão de Jonathan Majors das suas responsabilidades na Marvel foi confirmada por um representante da gigante dos quadrinhos, em contato com o site Deadline.
E há quem diga que um dos futuros projetos do UCM mudou de nome: “Vingadores: Dinastia Kang” passa agora a se chamar provisoriamente de “Vingadores 5”.
E lembra daquela matéria da Variety falando que os executivos da Disney cogitaram substituir o Kang pelo Dr. Destino? Então…
“A Mythos não acabou e nem acabará”
MERCADO NACIONAL
Depois de anunciar a programação oficial para 2024 no Tex Willer Blog no último dia 8 de dezembro, o senhor Dorival Lopes foi aos comentários para responder a algumas críticas e dar alguns esclarecimentos sobre cancelamentos e mudanças de periodicidade.
Entretanto, a forma e o tom utilizados na comunicação não foram bem recebidos por boa parte dos leitores. Mas é importante comentar pelo menos dois trechos que separo abaixo:
Só que não sou o patrão, não sou eu quem mando, é o LEITOR. Se ele não quer mais determinada revista, e demonstra isso parando de comprar, eu tenho que parar de fazer. É simples assim. Eu não dou tiro no pé, até porque nunca toquei numa arma. Sem perceber, o leitor tem uma boa parcela de culpa nisso tudo. Cada vez mais ele exige revistas excelentes, preços baixos, descontos cada vez maiores, frete grátis… O leitor está cada vez mais exigente.
É inacreditável como a empresa tenta culpar o LEITOR pelos cancelamentos ou fracasso de vendas. A culpa é totalmente da Mythos por N motivos e que valia uma autorreflexão antes de publicar tais bobagens em uma rede pública:
O marketing da Mythos é horrível, fraco, inexistente. Onde são divulgadas as obras da Mythos? Como eles atraem novos leitores? Enquanto todas as outras editoras tem canal de Youtube, fazem lives para divulgar seus produtos, tem programas de parceria e afiliados, a Mythos é tão poderosa que “não precisa se misturar”?
Quem vai comprar alguma pré-venda da editora com 30% de desconto se passam 2 ou 3 meses e todos os produtos estão com 50%, que acumulam com mais 10% de algum cupom e mais 5% de PIX e no fim das contas chegam a bater 65 a 70%?
Onde estão os quadrinhos da Mythos? Se não estão em comic shops, livrarias e bancas, onde estão? Eu moro perto de 5 bancas e visito mensalmente pelo menos 4 comic shops em São Paulo e nunca vi.
Só por esses 3 pontos supracitados, já é possível enxergar que a editora não sabe nada sobre MARKETING e seus 4 pilares.
PROMOÇÃO: não sabe anunciar e/ou nem anuncia, não sabe promover, não conhece mais o próprio público;
PRAÇA: por não conhecer o público não sabe onde disponibilizar o produto, tem canais de distribuição fraquíssimos.
PREÇO: não tem uma política clara de preços e destrói a própria demanda com descontos absurdos;
PRODUTO: não tem estratégia. Toda hora muda frequência, formato, padrões, títulos e tudo mais.
E ai vem o segundo ponto da fala do senhor Dorival que eu gostaria de comentar:
E quem acha que as editoras que usam o Catarse podem substituir a Mythos não sabem do que falam. Pra começar, com a Mythos as revistas saem todos os meses, ou a cada dois ou três meses. Pelo Catarse os lançamentos são muito mais espaçados e irregulares. Além disso, por mais que esse pessoal seja esforçado, e eu tenho grande admiração pelo esforço deles, nenhum tem a experiência e o conhecimento de nós da Mythos. Nossa qualidade editorial é inigualável, e ninguém jamais tratou os personagens Bonelli (e outros) com o respeito e o carinho com que a Mythos trata. Peço a esses novos editores que tenham consciência e passem o trabalho para quem sabe fazer. NÃO MALTRATEM NOSSOS HERÓIS. Não adianta caprichar na parte gráfica e fazer uma tradução ruim, cheia de erros, e um letreiramento sofrível, como tem acontecido muitas vezes. Podem até usar nossos profissionais, eles são os MELHORES do ramo. Foram muito bem treinados por nós da Mythos.
Esse ataque INFANTIL da Mythos contra editoras como 85, Saicã e Skript só mostra o próprio desespero.
Se dependesse da empresa do senhor Dorival, que mal publica os títulos que tem, quem garante que teríamos chance de ver Lavennder, Bella & Bronco, Cassidy, Coney Island, Fator Z, Napoelone, Saguaro, Cheyenne e Primavera de 68?
E quem disse que a Mythos não erra? E os erros grotescos em Lost Girls? Erros de impressão em Conan? Tem até página no Facebook que conta os erros em publicações do Tex, e adivinha quem é a líder?
Mas eu vou me abster de mais comentários e vou deixar esse vídeo do meu amigo Ricardo Seelig falar por mim. Assistam até o final, vale a pena:
Obra-prima de Shintaro Kago chega ao Brasil
ANÚNCIO
Pode ser que você tenha deixado passar despercebido essa semana, mas o JBOX, sempre atento aos registros de ISBN, trouxe a notícia de que a Darkside havia registrado o título traduzido como “Pedacinhos” de autoria de Shintaro Kago.
Se você ainda não ligou o nome à pessoa, Kago é um dos grandes mestres do ero-guro nansensu, junto a Suehiro Maruo, abordando o erótico, o grotesto e o nonsense ao mesmo tempo em que crítica padrões e comportamentos da sociedade japonesa e mundial.
Kago foi publicado pela primeira vez no Brasil somente em 2021, com o mangá “Dementia 21”, da Todavia, que recebeu seu segundo volume esse ano. E também esse ano, a Newpop publicou “A Grande Invasão Mongol”.
Em Pedacinhos, ou Fraction, como foi publicado nos EUA, Kago desenvolve um thriller policial, narrando o caso de um serial killer que corta suas vítimas ao meio.
Então, se você se acostumou com o humor de “Dementia” ou a fantasia de “Invasão Mongol”, prepare-se para ler uma obra muito mais próxima do terror e do suspense, sem abandonar suas raízes ero-guro. E no estilo Shintaro Kago de escrever e desenhar…
Vazou tudo da INSOMNIAC e tem muito jogo da Marvel
GAMES
Um grupo criminoso de hackers conseguiu vazar incríveis 1,67 Terabytes de dados dos servidores da Insomniac Games, resultando em mais de 1,3 milhões de arquivos.
Após pedirem mais de R$ 10 milhões em resgate e não serem atendidos, o grupo tornou público diversos projetos planejados pela publisher para a próxima década, incluindo: um jogo do Venom para 2025, o lançamento de Wolverine para 2026, o terceiro jogo do Homem-Aranha para 2028 e um título dos X-Men para 2030.
Além das datas, Wolverine teve uma suposta build jogável vazada, além de uma série de vídeos que mostravam gameplay e cenas do jogo, sinopse e elenco.
E, com a build jogável vazada, já tem youtuber igualmente criminoso publicando gameplay com vários spoilers. Se não quer spoiler, fuja do Youtube.
O Menino e a Garça ganha previsão de estreia no Brasil
CINEMA
Quem estava se sentindo órfão dos filmes do Estúdio Ghibli e do mestre Hayao Miyazaki, já pode comemorar.
O Menino e a Garça, nova animação do mestre japonês, finalmente ganhou uma distribuidora no Brasil. A produção foi adquirida pela Sato Company - que também trouxe Godzilla Minus One para o nosso país - e deverá estrear em fevereiro ou na primeira semana de março, antes do Oscar, que acontece em 10 de março.
Por falar em Oscar, o longa vem conquistando praticamente tudo que concorre no circuito internacional de premiações: Melhor Animação no BSFC Award, no Critics Choic Awards, na Associação de Críticos de Chicago, indicado ao Globo de Ouro, vencedor do NYFCC Award, indicado ao Festival Internacional de Toronto e tantos outros que eu perderia o dia todo escrevendo. Chega no Oscar como grande favorito.
Conrad anuncia Jodorowsky e Stan Lee para 2024
ANÚNCIOS
Essa aqui quase não entrou na pauta de hoje por conta do horário do anúncio. Mas aqui vai…
Em live realizada ontem no canal 2Quadrinhos, Cassius Medauar, editor da Conrad, anunciou que a editora lançará os títulos “The White Lama” e “I Am Stan” em 2024.
O primeiro deles é um clássico do Jodorowsky com o George Bess - dupla que também foi responsável por Juan Solo. Se passa no Tibete do século 19 e narra a história do próximo Grande Lama.
O segundo é o livro biográfico de Stan Lee, escrito por Tom Scioli, que também foi o autor da biografia de Jack Kirby, publicada pela Conrad em 2021.
Empolgados?
Rapidinhas
Remake de One Piece na Netflix vai utilizar Inteligência Artificial na animação;
IndieVisivel Press abre pré-venda de Go Go Power Rangers;
Editora Saicã vai publicar Zagor em Cores;
Heartstopper bate recorde e vende 60 mil cópias em 3 dias no Reino Unido;
John Boyega não quer substituir Jonathan Majors como Kang;
Falece Ian Gibson, criador de Halo Jones e do Senhor Milagre
Marvel anuncia nova era dos X-Men para julho de 2024;
Quadrinhos lidos na semana 📚📖
Como foram duas semanas sem newsletter, vou listar apenas os destaques (para não ficar muito longo):
Rabiscos de um Pracinha, do Kash Fyre, se tornou um dos meus quadrinhos nacionais favoritos de 2023;
O volume 2 de Dementia 21, do Shintaro Kago, continua tão bom quanto o primeiro;
Li Rugas, do Paco Roca, e Pescador de Memórias, da Majory Yokomizo, quase no mesmo dia. E não sei como sobrevivi às lagrimas;
Selvagem Litoral, do Ram V, é excelente. Meu autor favorito de 2023. Só lançou PETARDO.
Honey Buzzard, o primeiro quadrinho solo de Aimée de Jongh é bom, mas poderia ser melhor. E a Conrad vacilou MUITO na transparência do papel.
Tem Sido um Esforço, do Max Andrade, é sensível, profundo, angustiante, incomodo e machuca. Tudo ao mesmo tempo.
Quase Tudo São Flores, da Karipola, me fez chorar de saudade da minha avó, que se foi esse ano.
Tudo que eu fiz sozinho, eu fiz errado, do Gabriel Dantas, é o trabalho mais maduro e pessoal do autor.
Batman - Justiça Presente e Coringa - Operação Babá continuam me surpreendendo.
17-21 e 22-26, do Tatsuki Fujimoto, são os melhores trabalhos do autor, na minha opinião. Excelentes.
Fico por aqui… li mais de 50 quadrinhos nessas duas semanas (por motivos de “estou sem trabalhar”) e ai seria muito chato comentar todos. Mas vou comentar os melhores no Instagram e no Youtube (em breve).
É isso.
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Até a próxima semana e boas leituras.
Forte abraço!